E o dia chegou. Por mais que eu pensasse que não chegaria, por mais que eu alimentasse uma falsa ilusão que estava bem e não precisaria, no fundo eu sabia que essa hora era inevitável. Serão quase 2 meses, 60 dias e muitas horas longe das pessoas que eu gosto, longe das coisas que eu gosto de fazer, longe da música, enfim, quase uma "solitária". Vai ser difícil, complicado e doloroso. Ainda não sei se terei acesso ao meu notebook, ao celular, essas coisas, porque ficarei em isolamento total. Só espero que torçam por mim.
Eu não quero que ninguém sinta pena, não quero "aparecer", nada disso. Mas é que pela primeira vez eu sinto medo. Nos outros tratamentos eu sempre fui com força, com fé, com um sorriso no rosto, mas dessa vez, sinceramente, não sei o que será de mim. Nesse tempo todo, desde que descobri a doença em março do ano passado, muita coisa aconteceu comigo, umas boas, outras ruins, pessoas passaram, outras ficaram, mas sempre tentei manter a alegria porque eu achava essencial viver quem sabe os últimos meses de vida com um sorriso estampado no rosto. Bom, missão cumprida, se eu "for", fui. Pedi perdão a quem precisava pedir, esclareci assuntos mal-resolvidos, fiz novos amigos, tentei reaproximação com algumas pessoas que por opção delas não quiseram, mas tudo bem, estou tranquilo quanto a essas coisas. E se, fui estúpido, mal-educado, insensível ou arrogante com alguém e eu não tenha percebido, peço mil perdões.
Tenho certeza que nada é por acaso, se eu tiver que viver, será um aprendizado, uma lição de vida que jamais esquecerei, e se eu tiver que morrer, deixo 2 filhos lindos, e deixo o mesmo exemplo que meu pai me deixou: se dar bem com todo mundo, não ter inimigos e deixar um pouco de alegria por onde passar. Sempre fui correto com todo mundo e sempre tentei dar orgulho a meus pais. E quem diria né, se eu morrer, vou morrer solteirão! kkkk
Abraços a todos!
Como funciona
O autotransplante de medula óssea consiste na coleta de células progenitoras hematopoéticas (TCPH). Essas células são responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Num processo semelhante à hemodiálise, o paciente tem o sangue separado por um equipamento denominado máquina de leucaférese. Cerca de 300 ml de sangue são obtidos pelo aparelho, contendo as células progenitoras coletadas e, em seguida, é criopreservada. Ao final da quimioterapia, são devolvidas as células progenitoras previamente retiradas e descongeladas.
As células progenitoras estão localizadas no interior da medula óssea, contida no centro dos ossos, e também na corrente sanguínea. Após o procedimento quimioterápico, essas células são reinjetadas no paciente. Ao fazer o autotransplante, o corpo é estimulado a produzir novas células sanguíneas, responsáveis por levar oxigênio e nutrientes para todo o organismo.
Recuperação
— Nos casos em que o tratamento é recomendado, o paciente se submete a altas doses de quimioterapia, até 30 vezes maior que as aplicações usuais. Por consequência, o procedimento destrói células cancerígenas, além de outras responsáveis pelo bom funcionamento do organismo, como as imunológicas e as do sangue — explica o hematologista.
Após o procedimento, o paciente precisa de cuidados especiais, visto que estará extremamente deficiente de células imunológicas. Assim, não raramente, é indicada sua permanência em ambientes dotados de filtros nas entradas de ar condicionado. O contato com outras pessoas e com a alimentação também requer maior atenção. A retomada das atividades cotidianas acontece gradualmente, de acordo com as avaliações médicas.
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