Autotransplante de medula óssea


Como funciona

O autotransplante de medula óssea consiste na coleta de células progenitoras hematopoéticas (TCPH). Essas células são responsáveis pela produção de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Num processo semelhante à hemodiálise, o paciente tem o sangue separado por um equipamento denominado máquina de leucaférese. Cerca de 300 ml de sangue são obtidos pelo aparelho, contendo as células progenitoras coletadas e, em seguida, é criopreservada. Ao final da quimioterapia, são devolvidas as células progenitoras previamente retiradas e descongeladas.

As células progenitoras estão localizadas no interior da medula óssea, contida no centro dos ossos, e também na corrente sanguínea. Após o procedimento quimioterápico, essas células são reinjetadas no paciente. Ao fazer o autotransplante, o corpo é estimulado a produzir novas células sanguíneas, responsáveis por levar oxigênio e nutrientes para todo o organismo.

Recuperação

Nos casos em que o tratamento é recomendado, o paciente se submete a altas doses de quimioterapia, até 30 vezes maior que as aplicações usuais. Por consequência, o procedimento destrói células cancerígenas, além de outras responsáveis pelo bom funcionamento do organismo, como as imunológicas e as do sangue.
Após o procedimento, o paciente precisa de cuidados especiais, visto que estará extremamente deficiente de células imunológicas. Assim, não raramente, é indicada sua permanência em ambientes dotados de filtros nas entradas de ar condicionado. O contato com outras pessoas e com a alimentação também requer maior atenção. A retomada das atividades cotidianas acontece gradualmente, de acordo com as avaliações médicas. As chances de cura, chegam a 70%.

Riscos

As complicações do procedimento a curto prazo estão relacionadas diretamente à toxicidade não-hematológica das drogas e/ou radioterapia e à mielossupressão provocada pela quimioterapia. A mortalidade relacionada à toxicidade da quimioterapia é atualmente baixa (5% na maioria dos centros habilitados para o procedimento).

Pode surgir infertilidade a longo prazo. Embora esta seja a complicação mais freqüente, pode ser superada com métodos modernos de coleta e criopreservação de esperma ou óvulos. Outras duas complicações são a catarata (nos pacientes submetidos à irradiação nodal total) e surgimento de outras neoplasias (principalmente síndrome mielodisplásica e leucemias agudas).

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