sexta-feira, 25 de maio de 2012

3º dia...

Se ontem acordei tarde, hoje acordei muito cedo. Pra falar a verdade mal dormi.
Ahh, nada como começar um dia com um café... Putz, pão preto é muito ruim, e o complô da tia da cozinha contra mim continua: não sei se ela esquece de colocar o presunto, ou só tem queijo aqui no hospital. A fruta novamente era mamão (eu quero melão, lembrei do Lima Duarte na novela Meu Bem, Meu Mal... tri velho heheheh).


Ontem fiz raio-x do tórax e hoje devo fazer mais uns exames. Por enquanto tudo tranquilo, amanhã ou segunda devo retirar meu aparelho ortodôntico e segunda à tarde bora pra faca pra colocar mais um cateter.
Ah, um fato curioso, eu não posso circular por aqui sem estar na cadeira de rodas por risco de queda. Ontem uma enfermeira me levou no raio-x me empurrando na cadeira, que moleza! Falei pra ela que da próxima vez ia filmar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ganhei o dia!

Porto Alegre, 9 horas da noite, estou morrendo de fome e ouço um barulho na 1ª porta do meu quarto... As mãos tremem, o coração quase salta pela boca. Espero que seja ela, sim, a copeira com o lanche da noite. Ela se aproxima da 2ª porta e a abre, sim, é ela! Nas mãos uma bandeja com um potezinho de 120 gramas de iogurte. Sim, é pouco, mas a minha fome não dispensará nenhuma migalha de nada. Mas e se for de pêssego? Eu odeio pêssego... A tensão toma conta de mim, e ao pôr na mesa... Ufa, era de Morango! Ganhei o dia!


Ah, a janta foi boa também: Frango e Moranga.

Diário de um paciente!


"São Paulo Porto Alegre, dia 1º de outubro de 1992 24 de maio de 2012, 8h da manhã, 2h da tarde.
Aqui estou, mais um dia.
Sob o olhar sanguinário do vigia da enfermeira."


"...O relógio da cadeia Santa Casa anda em câmera lenta.
Ratatatá, mais um metrô vai passar.
Com gente de bem, apressada, católica.
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.
Com raiva por dentro, a caminho do Centro.
Olhando pra cá, curiosos, é lógico.
Não, não é não, não é o zoológico
Minha vida não tem tanto valor
quanto seu celular, seu computador.
Hoje, tá difícil, não saiu o sol.
Hoje não tem visita, não tem futebol.
Alguns companheiros têm a mente mais fraca.
Não suportam o tédio, arruma quiaca..."